Freud e o Homem dos Ratos: um estudo sobre neurose obsessiva

Freud e o Homem dos Ratos um estudo sobre neurose obsessiva

O caso clínico conhecido como Freud e o Homem dos Ratos é um dos relatos mais célebres e detalhados de Sigmund Freud sobre a neurose obsessiva. Publicado originalmente em 1909, trata-se do estudo psicanalítico de um jovem advogado chamado Ernst Lanzer, que ficou conhecido como o “Homem dos Ratos” devido às suas obsessões e medos relacionados a uma forma específica de tortura envolvendo ratos. Esse caso emblemático revelou os mecanismos internos das obsessões e compulsões, e como estes se manifestam no inconsciente do paciente, oferecendo insights valiosos sobre transtornos obsessivo-compulsivos.

A importância do caso do Homem dos Ratos para a psicanálise é imensa, pois permitiu que Freud desenvolvesse com profundidade suas teorias sobre o funcionamento da mente, especialmente a respeito das pulsões, repressão e conflitos inconscientes. Ernst Lanzer apresentava uma combinação complexa de pensamentos intrusivos e comportamentos repetitivos, que Freud analisou utilizando técnicas como a associação livre e a interpretação simbólica. Esse estudo proporcionou bases sólidas para compreender não apenas a neurose obsessiva, mas também fenômenos mais amplos relacionados a ansiedade, repressão emocional e compulsões.

Além disso, o relato de Freud e o Homem dos Ratos demonstrou claramente como conflitos inconscientes podem emergir através de sintomas aparentemente ilógicos e desconexos, dando origem a comportamentos ritualísticos e medos irracionais. Por meio desse caso, Freud detalhou a dinâmica psíquica envolvendo sentimentos contraditórios como amor, ódio, culpa e agressividade reprimida, contribuindo significativamente para a consolidação da teoria psicanalítica e para a compreensão das neuroses em geral.

Para tornar mais clara a relevância clínica e histórica desse caso, veja a tabela abaixo com elementos importantes:

Portanto, compreender o caso Freud e o Homem dos Ratos é essencial para quem deseja entender profundamente como Freud estruturou e aplicou a psicanálise na prática clínica, além de ajudar na compreensão moderna das bases inconscientes da ansiedade e dos transtornos obsessivos-compulsivos. Palavras semanticamente relacionadas, como associação livre, neurose obsessiva, ansiedade, rituais compulsivos e repressão inconsciente reforçam a relevância temática e garantem maior clareza conceitual para buscadores e leitores interessados.

Quem foi o “Homem dos Ratos”?

O Homem dos Ratos, cujo verdadeiro nome era Ernst Lanzer, foi um jovem advogado austríaco que ficou conhecido na história da psicanálise por ser paciente de Sigmund Freud. Lanzer procurou Freud no início do século XX para tratar um grave quadro de neurose obsessiva, manifestado principalmente por pensamentos intrusivos, ansiedade extrema e compulsões ligadas a um profundo medo irracional envolvendo ratos. A peculiaridade e intensidade dos sintomas fizeram desse caso um marco importante na compreensão dos transtornos obsessivos.

Ernst Lanzer viveu numa época marcada por transformações sociais e culturais na Europa. Filho de uma família militar rígida, ele enfrentava forte pressão para corresponder às expectativas sociais e familiares, o que contribuiu significativamente para seu quadro obsessivo. A moralidade repressiva e as expectativas sociais elevadas dessa época intensificaram sua ansiedade neurótica, tornando-o incapaz de gerenciar seus conflitos internos. Esse cenário histórico-social é fundamental para compreender o desenvolvimento das obsessões descritas por Freud no caso do Homem dos Ratos.

Lanzer chegou até Freud em outubro de 1907, indicado por um amigo que conhecia a abordagem inovadora da psicanálise. Ele procurou tratamento após perceber que suas obsessões e medos estavam prejudicando intensamente sua vida pessoal e profissional. Durante as sessões com Freud, ele revelou pensamentos obsessivos perturbadores relacionados ao medo irracional de que pessoas queridas fossem submetidas a uma forma cruel de tortura envolvendo ratos, uma fantasia angustiante que dominava sua mente repetidamente.

A análise minuciosa desse caso por Freud, utilizando técnicas como a associação livre e a interpretação de sonhos, permitiu explorar profundamente o inconsciente de Lanzer. Freud identificou que por trás dessas obsessões havia sentimentos conflitantes de amor, culpa e ódio direcionados principalmente ao pai e a outras figuras de autoridade. O tratamento proporcionou não apenas alívio dos sintomas, mas também uma base valiosa para Freud consolidar teoricamente aspectos fundamentais da teoria psicanalítica, especialmente relacionados a conflitos inconscientes e mecanismos de defesa.

Tabela Resumo: Homem dos Ratos (Ernst Lanzer)

Portanto, conhecer quem foi o Homem dos Ratos é crucial para entender como Freud abordava as neuroses e os conflitos inconscientes que ainda hoje são referência essencial no estudo da mente humana. Palavras semanticamente relacionadas, como conflitos psíquicos, repressão emocional, mecanismos de defesa, ansiedade patológica e psicanálise freudiana, ampliam ainda mais a relevância temática desse caso clínico clássico.

O diagnóstico do Homem dos Ratos

O diagnóstico do Homem dos Ratos, realizado por Freud, foi de neurose obsessiva, um transtorno caracterizado por pensamentos persistentes e perturbadores (obsessões) acompanhados de comportamentos repetitivos e compulsivos (rituais obsessivos). Em termos da psicanálise freudiana, essa condição está profundamente relacionada a conflitos internos inconscientes, especialmente sentimentos reprimidos de culpa, agressividade e ansiedade não resolvida.

No caso específico de Ernst Lanzer, conhecido historicamente como o Homem dos Ratos, os sintomas mais marcantes da neurose obsessiva eram os pensamentos intrusivos e angustiantes envolvendo uma cruel forma de tortura por meio de ratos. Esses pensamentos invasivos causavam um sofrimento significativo e constante, dominando sua consciência e gerando profunda ansiedade. Freud observou que Lanzer desenvolvia rituais obsessivos para neutralizar ou aliviar momentaneamente essas obsessões, como realizar ações repetidas inúmeras vezes, evitando assim consequências imaginárias que lhe pareciam reais.

Entre os sintomas claramente identificados por Freud destacam-se:

  • Pensamentos repetitivos e perturbadores relacionados a cenários de tortura.
  • Rituais compulsivos para prevenir danos imaginários a pessoas queridas.
  • Sentimentos de culpa profunda e irracional, ligados a desejos reprimidos e conflitos com figuras paternas.
  • Crises frequentes de ansiedade e angústia extrema.

Freud percebeu que essas obsessões e compulsões eram mecanismos de defesa psíquica utilizados inconscientemente por Lanzer para lidar com emoções conflituosas, principalmente sentimentos agressivos e ambivalentes direcionados a seu pai e a outras figuras de autoridade. Como resultado dessa repressão emocional, as obsessões emergiram de maneira distorcida e simbolicamente carregadas, manifestando-se em medos irracionais e pensamentos repetitivos que consumiam grande parte da energia mental do paciente. Freud interpretou esses sintomas como representações simbólicas de conflitos psíquicos profundos e reprimidos, destacando a importância da compreensão do inconsciente no tratamento da neurose obsessiva.

Exemplos de Sintomas Observados por Freud:

A relevância do diagnóstico realizado por Freud no caso do Homem dos Ratos transcende a simples identificação de sintomas clínicos, ilustrando claramente a dinâmica complexa das neuroses e como os mecanismos inconscientes desempenham papel central nos transtornos psíquicos. Palavras semanticamente relacionadas como transtorno obsessivo-compulsivo, repressão inconsciente, pensamentos intrusivos, rituais compulsivos e mecanismos de defesa reforçam a compreensão desse diagnóstico sob uma ótica psicanalítica mais ampla.

Qual é a teoria mais famosa de Freud?

A teoria mais famosa de Sigmund Freud é, sem dúvida, a teoria do inconsciente, que sugere a existência de uma parte da mente inacessível à consciência, responsável por influenciar profundamente nossos comportamentos, sentimentos e decisões. Freud propôs que muitos dos nossos conflitos psicológicos têm raízes profundas nesse inconsciente, sendo manifestados por meio de sonhos, lapsos de linguagem (atos falhos) e sintomas neuróticos, como aqueles observados no caso emblemático conhecido como Freud e o Homem dos Ratos.

No caso específico do Homem dos Ratos, Freud identificou como pensamentos e sentimentos reprimidos se manifestavam na forma de obsessões e compulsões. Ernst Lanzer apresentava pensamentos intrusivos ligados a medos irracionais, que Freud interpretou como expressões simbólicas de desejos e conflitos inconscientes reprimidos. As angustiantes obsessões relacionadas aos ratos eram, para Freud, representações distorcidas de sentimentos ambivalentes e agressivos que Lanzer nutria inconscientemente, especialmente em relação ao pai e outras figuras de autoridade.

O estudo detalhado desse caso permitiu a Freud aprofundar sua compreensão sobre como o inconsciente funciona e se manifesta através de sintomas neuróticos. Ao utilizar técnicas como a associação livre e a interpretação de sonhos, Freud conseguiu acessar conteúdos ocultos na mente do paciente, demonstrando claramente como esses conteúdos reprimidos podem resultar em comportamentos compulsivos e ansiedades irracionais. Desse modo, o caso Freud e o Homem dos Ratos não só exemplificou a dinâmica do inconsciente como também validou clinicamente sua teoria sobre a importância dos processos psíquicos ocultos na formação das neuroses.

A relevância do caso se destaca ainda mais quando se considera sua contribuição para o estabelecimento dos conceitos fundamentais da psicanálise, como a repressão emocional, conflitos inconscientes e mecanismos de defesa. A partir deste caso emblemático, Freud pôde demonstrar concretamente como a dinâmica inconsciente influencia diretamente o comportamento humano, contribuindo assim para solidificar sua teoria psicanalítica e influenciar significativamente o entendimento moderno sobre o funcionamento mental.

Contribuições do Caso “Freud e o Homem dos Ratos” para a Teoria do Inconsciente:

Portanto, o caso clínico Freud e o Homem dos Ratos é um pilar fundamental para compreender e validar a teoria freudiana do inconsciente, destacando a profunda conexão entre nossos sintomas manifestos e os processos psicológicos ocultos que moldam nossa experiência emocional e comportamental. Palavras semanticamente relacionadas, como psicanálise freudiana, associação livre, repressão, conteúdo reprimido e dinâmica psíquica, reforçam a compreensão profunda e a relevância desse caso clássico na psicologia moderna.

O conceito de obsessão segundo Freud

Na perspectiva de Sigmund Freud, a obsessão é compreendida como uma formação de compromisso entre desejos inconscientes reprimidos e as defesas psíquicas do ego. Segundo a teoria psicanalítica, a obsessão não surge do nada, mas é o resultado de um conflito psíquico interno não resolvido, geralmente enraizado na infância. Freud descreve que pensamentos obsessivos são como ecos distorcidos de conteúdos inconscientes que foram reprimidos por causarem angústia ao sujeito. Esses pensamentos, por não encontrarem uma via saudável de expressão, retornam de forma intrusiva e insistente, provocando sofrimento.

Para Freud, obsessões são manifestações simbólicas de impulsos inconscientes — muitas vezes de natureza agressiva ou sexual — que foram banidos da consciência. É como se a mente construísse uma “máscara” aceitável para um desejo inaceitável. Por exemplo, alguém que desenvolve uma obsessão com limpeza extrema pode, inconscientemente, estar tentando expiar um sentimento de culpa reprimido ou controlar uma fantasia interna que considera perigosa. Essa energia psíquica reprimida, chamada de libido, busca expressão simbólica, e, quando impedida, retorna como sintoma obsessivo.

No caso clássico de Freud e o Homem dos Ratos, a obsessão se manifesta na forma de um pensamento perturbador sobre uma tortura cruel envolvendo ratos. Freud interpretou esse conteúdo como a representação simbólica de desejos inconscientes ambivalentes em relação ao pai do paciente — simultaneamente de amor e ódio. O pensamento obsessivo não era literal, mas sim uma metáfora inconsciente para esses afetos reprimidos, funcionando como uma tentativa de controle diante do conflito psíquico. A obsessão, portanto, atuava como uma válvula de escape para a ansiedade gerada por esses desejos inaceitáveis à consciência do paciente.

Essa compreensão psicanalítica da obsessão demonstra como os sintomas obsessivos, por mais irracionais que pareçam, possuem lógica interna no nível inconsciente. São construções simbólicas criadas pela mente para dar conta de conflitos que não puderam ser elaborados. Termos semanticamente relacionados, como transtorno obsessivo-compulsivo, conflito intrapsíquico, repressão, formação de sintoma e mecanismo de defesa, ajudam a ilustrar o alcance teórico do conceito. O caso Freud e o Homem dos Ratos é um exemplo paradigmático de como a psicanálise interpreta e trata essas manifestações, transformando sintomas em caminhos de acesso ao inconsciente.

Como Freud tratou o Homem dos Ratos?

O tratamento do Homem dos Ratos, conduzido por Sigmund Freud, tornou-se um dos exemplos mais emblemáticos da aplicação prática da técnica psicanalítica clássica. Freud utilizou principalmente dois instrumentos terapêuticos fundamentais: a associação livre e a interpretação dos sonhos. Através da associação livre, o paciente era encorajado a verbalizar qualquer pensamento que lhe ocorresse, por mais desconexo ou desconfortável que parecesse. Esse método permitiu a Freud acessar conteúdos inconscientes reprimidos, revelando os complexos conflitos psíquicos que sustentavam os sintomas obsessivos de Ernst Lanzer.

A interpretação dos sonhos também desempenhou papel central no tratamento. Para Freud, os sonhos eram uma via privilegiada para o inconsciente. No caso do Homem dos Ratos, os sonhos analisados revelaram fantasias inconscientes de agressividade, culpa e ambivalência afetiva, especialmente dirigidas ao pai. A análise onírica possibilitou compreender como esses afetos reprimidos se transformavam em obsessões e rituais mentais. O conteúdo latente dos sonhos era interpretado como expressão simbólica dos desejos proibidos que se encontravam na origem da neurose obsessiva.

Outro ponto essencial no tratamento foi a relação transferencial, isto é, a forma como o paciente projetava em Freud emoções, conflitos e vínculos inconscientes originalmente dirigidos a outras figuras importantes, como os pais. Freud percebeu que a transferência permitia reviver no presente, dentro do espaço terapêutico, os afetos inconscientes não elaborados, o que tornava possível trabalhar com eles de forma simbólica e segura. No caso do Homem dos Ratos, essa relação foi intensa e reveladora, permitindo que aspectos profundos da neurose fossem explorados e reinterpretados à luz da escuta analítica.

Os resultados do tratamento foram significativos. Freud conseguiu aliviar consideravelmente os sintomas obsessivos do paciente ao ajudá-lo a reconhecer e elaborar os desejos inconscientes que alimentavam suas angústias. Ainda que o processo terapêutico não tenha se estendido por muitos anos, ele foi suficiente para tornar o caso um marco na história da psicanálise. O caso Freud e o Homem dos Ratos ilustra com clareza a eficácia dos métodos psicanalíticos na abordagem das neuroses, e contribuiu de forma decisiva para o desenvolvimento clínico e teórico da psicanálise.

Técnicas Utilizadas por Freud no Caso “Homem dos Ratos”

Esse caso ainda hoje é estudado como referência em psicoterapia psicanalítica, sendo frequentemente associado a termos como cura pela fala, transferência analítica, interpretação inconsciente e trabalho clínico com neuroses obsessivas.

O termo neurose segundo Freud

Para Sigmund Freud, o termo neurose refere-se a um distúrbio psíquico originado a partir de conflitos inconscientes não resolvidos, frequentemente ligados a experiências infantis reprimidas. Em sua teoria, a neurose não indica uma falha orgânica no cérebro, mas sim um conflito interno entre o ego e os impulsos do id, que, diante da censura do superego, acaba se expressando por meio de sintomas psíquicos como ansiedade, fobias, obsessões ou histerias. Freud descreveu a neurose como um mecanismo de defesa do psiquismo que tenta, simbolicamente, dar conta do sofrimento psíquico.

A neurose obsessiva, como no caso do Homem dos Ratos, é uma forma específica desse distúrbio, caracterizada por pensamentos intrusivos, compulsões mentais, rituais e intensa angústia psíquica. Nessa estrutura, o sujeito tenta controlar a ansiedade por meio de rituais e raciocínios obsessivos, muitas vezes irracionais, mas internamente coerentes. A repressão de impulsos agressivos ou sexuais, somada à culpa inconsciente, costuma estar na base do funcionamento obsessivo. Já em outras formas de neurose, como a neurose histérica, por exemplo, o conflito psíquico se manifesta mais frequentemente no corpo, por meio de paralisias, dores ou cegueiras sem causa orgânica.

Freud também descreveu a neurose fóbica, em que o medo é deslocado de um conteúdo psíquico interno para um objeto externo específico. Por exemplo, alguém com um desejo inconsciente reprimido pode desenvolver fobia de lugares fechados (claustrofobia) como forma de afastar simbolicamente esse conteúdo. Nesse sentido, a diferença entre as neuroses está na forma como o sujeito lida com o conflito psíquico inconsciente e como o corpo e o comportamento expressam esse sofrimento.

Para ilustrar, imagine três pessoas com conflitos inconscientes intensos: uma desenvolve obsessões sobre morte e cria rituais mentais para afastá-las (neurose obsessiva); outra começa a apresentar tremores e perda de fala sem nenhuma causa médica aparente (neurose histérica); e a terceira evita sair de casa por medo irracional de multidões (neurose fóbica). Todas elas estão lidando com dores psíquicas profundas, mas cada uma as manifesta de maneira diferente. No caso Freud e o Homem dos Ratos, temos um exemplo clássico da neurose obsessiva, onde a mente se torna refém do pensamento repetitivo como tentativa de domar o inconsciente.

Comparativo entre Tipos de Neurose segundo Freud na tabela abaixo:

O entendimento do termo neurose dentro da psicanálise freudiana é fundamental para compreender como se estrutura o sofrimento psíquico. Termos LSI relevantes como conflito inconsciente, mecanismos de defesa, repressão, psicodinâmica e sintoma neurótico ampliam a compreensão e ajudam o leitor a se situar dentro do campo da psicopatologia psicanalítica.

Qual a moral do livro “Os Ratos”?

Embora a expressão Homem dos Ratos remeta imediatamente ao famoso caso clínico estudado por Freud, é importante esclarecer que o livro “Os Ratos”, escrito por Dyonélio Machado em 1935, não tem relação direta com o paciente analisado pela psicanálise. O romance é uma obra da literatura brasileira modernista, e sua abordagem gira em torno da angústia existencial, da opressão social e do delírio psicológico de seu protagonista, Naziazeno Barbosa — um funcionário público imerso em dívidas e preocupações com a sobrevivência.

A confusão entre os dois títulos pode ocorrer pela similaridade nominal e pelo fato de ambas as obras tratarem de estados mentais perturbadores. No entanto, enquanto o caso Freud e o Homem dos Ratos descreve um quadro clínico de neurose obsessiva tratado com ferramentas da psicanálise, o livro de Dyonélio Machado é uma narrativa ficcional que utiliza o fluxo de consciência e elementos do realismo psicológico para retratar o sofrimento psíquico gerado por pressões econômicas e morais.

A moral do livro “Os Ratos” pode ser interpretada como uma crítica à alienação do indivíduo moderno diante de uma sociedade opressora, onde a razão é corroída pela ansiedade e pela impotência social. Naziazeno vive em constante tensão entre suas obrigações e o desejo de libertação, o que o leva a mergulhar em estados de delírio e desorientação. Essa trajetória revela como o sujeito comum, quando submetido a pressões econômicas e existenciais extremas, pode perder o contato com a realidade — temática que dialoga com a psicologia, mas não com a clínica freudiana.

Portanto, apesar de ambos abordarem o sofrimento humano sob ângulos psíquicos, “Os Ratos” de Dyonélio Machado e o caso Freud e o Homem dos Ratos são produções distintas em propósito, forma e conteúdo. Termos como ficção psicológica, alienação moderna, neurose literária e angústia existencial ajudam a contextualizar melhor o romance, afastando qualquer confusão entre a obra literária e o estudo psicanalítico conduzido por Freud.

Sintomas típicos da neurose obsessiva segundo Freud

A neurose obsessiva, segundo Sigmund Freud, é marcada por uma combinação de obsessões mentais e rituais compulsivos, que servem como tentativas inconscientes de neutralizar conflitos internos. Esses sintomas não são aleatórios: possuem origem em conteúdos psíquicos reprimidos, especialmente ligados a impulsos agressivos ou sexuais que não foram aceitos pela consciência. A energia psíquica recalcada, sem via adequada de expressão, retorna na forma de pensamentos intrusivos ou comportamentos ritualísticos, caracterizando um quadro clínico persistente e angustiante.

No caso clássico de Freud e o Homem dos Ratos, esses sintomas se apresentavam de forma intensa. O paciente, Ernst Lanzer, era atormentado por pensamentos obsessivos de natureza agressiva, acompanhados de medo irracional de que algo terrível acontecesse a pessoas queridas — especificamente, que seu pai ou uma mulher próxima fossem torturados com ratos. Para tentar controlar essa ansiedade, Lanzer recorria a rituais mentais e comportamentais, como tocar objetos de determinada forma, repetir frases ou evitar certos pensamentos. Tais comportamentos eram impulsionados por uma culpa inconsciente e uma necessidade inconsciente de punição.

Freud identificou que esses sintomas estavam profundamente relacionados a ambivalências afetivas e a desejos inconscientes reprimidos, como raiva em relação ao pai misturada a sentimentos de afeto. O paciente sabia, racionalmente, que seus medos não faziam sentido, mas não conseguia evitá-los — o que revela o conflito entre o ego consciente e as forças inconscientes. Essa luta interna é o que torna a neurose obsessiva uma condição psíquica tão debilitante e, ao mesmo tempo, tão reveladora do funcionamento do inconsciente.

Abaixo, listamos os sintomas típicos da neurose obsessiva segundo Freud, com base em sua obra clínica e especialmente no caso do Homem dos Ratos:

Sintomas Comuns da Neurose Obsessiva (Freud) na tabela abaixo:

Esses sintomas revelam como, na neurose obsessiva, a mente se torna um campo de batalha entre a repressão e a emergência dos desejos recalcados. No exemplo de Freud e o Homem dos Ratos, essa dinâmica se expressa com clareza, servindo como modelo clínico para a compreensão da lógica inconsciente que estrutura os transtornos obsessivos. Palavras-chave relacionadas como compulsão, angústia neurótica, mecanismos de defesa, ambivalência psíquica e culpa inconsciente enriquecem a compreensão desse quadro à luz da psicanálise.

Conclusão

A análise do caso Freud e o Homem dos Ratos oferece uma rica compreensão sobre o funcionamento da mente humana sob o olhar da psicanálise. Ao longo deste post, exploramos as origens, os sintomas e o tratamento da neurose obsessiva, ilustrados de forma exemplar pelo paciente Ernst Lanzer. Através de técnicas como a associação livre e a interpretação dos sonhos, Freud pôde acessar os conteúdos inconscientes que alimentavam os pensamentos obsessivos do paciente, revelando uma complexa rede de conflitos internos, ambivalência afetiva e culpa reprimida.

Discutimos ainda os conceitos centrais da psicanálise freudiana, como o inconsciente, os mecanismos de defesa, e a importância da transferência no processo terapêutico. A obsessão, como Freud demonstrou, não é apenas um sintoma isolado, mas uma tentativa simbólica do psiquismo de lidar com desejos inaceitáveis e emoções reprimidas. O caso Freud e o Homem dos Ratos se destaca por mostrar com clareza essa dinâmica inconsciente e por ter influenciado diretamente o desenvolvimento teórico e clínico da psicanálise.

Também diferenciamos as diversas formas de neurose — obsessiva, histérica e fóbica —, contextualizando a especificidade da neurose obsessiva como aquela em que o sujeito tenta controlar o insuportável por meio de rituais e pensamentos obsessivos. Ao esclarecer ainda que o livro Os Ratos, de Dyonélio Machado, não se relaciona com o caso clínico tratado por Freud, reforçamos a precisão conceitual necessária para abordar esse tema com profundidade e rigor.

Em suma, o estudo de Freud e o Homem dos Ratos permanece atual e relevante, tanto para profissionais da saúde mental quanto para leitores interessados nos mistérios do inconsciente humano. Seu valor está na forma como lança luz sobre a origem simbólica dos sintomas, permitindo uma escuta mais sensível e transformadora. Palavras-chave complementares como neurose obsessiva, culpa inconsciente, psicanálise clínica e conflito psíquico ampliam a compreensão do tema e fortalecem o posicionamento deste conteúdo como referência sobre a trajetória de Freud e seu legado.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *